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Ao longo dos últimos 100 anos houve vários acontecimentos que marcaram a história mundial. Infelizmente, nem todos podem ser recordados pela sua virtude.
Enquanto os comunistas de todo o mundo comemoram o centenário da Revolução de Outubro de 1917 (Revolução Bolchevique), a Ucrânia, que durante setenta anos viveu sob a opressão de comunistas soviéticos, assinala o 85o aniversário do Holodomor (Grande Fome) de 1932 e 1933 e o 80o aniversário do «Grande Terror» - umas das consequências horríveis da instalação do comunismo no seu território.
Após o período revolucionário, os comunistas soviéticos ocuparam a República Popular da Ucrânia, o novo estado independente que surge em resultado da Revolução Ucraniana de 1917-1921, estabelecendo o regime fantoche comunista – a República Socialista Soviética da Ucrânia.
Embora a Ucrânia tivesse gozado apenas de um curto período de independência, de 1917 a 1921, havia uma resistência feroz ao comunismo. Havia uma elite erudita de ucranianos, orientada para a independência da sua Pátria, bem como camponeses economicamente autónomos com uma forte consciência nacional. Considerado isso como uma ameaça existente à União Soviética, Josef Estaline encetou por uma tática severa - a morte pela fome, a qual agrupava cidades e vilas ucranianas numa lista negra, privando-as de receber produtos manufaturados e comida. Os camponeses ucranianos eram proibidos de sair da República e criavam barreiras entre as vilas e cidades, de modo a impedir a migração interna. Grupos de ativistas, mandados pelas autoridades de Moscovo, chegavam às vilas ucranianas e confiscavam tudo o que fosse comestível, não apenas o trigo, mas também as batatas, beterrabas, abóbora, feijão, ervilhas, animais de quinta e até mesmo animais de estimação.
O resultado foi uma catástrofe humana: mais de 7,5 milhões de ucranianos morreram de fome entre 1932 e 1933. Morreram porque a comida lhes foi tirada.
Aqueles que sobreviveram, conseguiram-no comendo relva e insetos, sapos e rãs, pele de sapatos e folhas. A fome levou as pessoas à loucura: pessoas sem quaisquer antecedentes cometeram furto e assassinato para conseguir comer. Houve incidentes de canibalismo que foram detetados pela polícia, os quais foram registados e reportados às autoridades de Moscovo, que nunca responderam.
Tal política do regime comunista totalitário é um crime contra a humanidade de acordo com a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.
Assim, naquela época, a Ucrânia vivenciou uma tragédia horrível, conhecida como o Holodomor (um nome composto pelas palavras ucranianas para fome, “holod”, e para extermínio, “mor”) que levou milhões de vidas humanas.
Depois da fome, Estaline lançou uma nova onda de terror. Esta iniciativa do dirigente da União Soviética ficou conhecida pelo “Grande Terror”, ou seja, uma larga campanha de repressão massiva contra os cidadãos, que se desenvolveu na Ucrânia nos anos 1937-1938, de forma a liquidar os reais e potenciais oponentes políticos, intimidando a população e mudando a estrutura social e nacional.
O objetivo de Estaline era esmagar o movimento nacional ucraniano e assegurar-se que a Ucrânia nunca mais se insurgiria contra o Estado Soviético.
As consequências do terror comunista na Ucrânia levaram à destruição da elite política, artística e científica, à deformação dos laços sociais, arruinou a orientação dos valores tradicionais e propagou a depressão coletiva e a desnacionalização.
Ao longo do período do “Grande Terror” no território da Ucrânia, de acordo com os historiadores, foram condenadas mais de 190 mil pessoas, das quais, cerca de dois terços, ao fuzilamento. As restantes foram enviadas para prisões e campos de trabalho (outro tipo de penas foi inferior a 1% e a percentagem de libertações foi somente de 0,3%).
O tempo do “Grande Terror” na consciência em massa da população da Ucrânia é marcado pelo medo e descrença total. As detenções noturnas de vizinhos, suspeitas de colegas no trabalho, amigos, familiares, busca de espiões e sabotadores tornava constante o medo de denúncias e a obrigação de publicamente estigmatizar os “inimigos do povo”.
Os prisioneiros não tinham, de facto, qualquer direito à defesa (a um advogado), nem a solicitar um julgamento. Os executores de abusos psicológicos e de torturas desumanas “arrancavam” aos prisioneiros a confissão necessária.
Em 1937, a permissão para usar métodos de “impacto físico nos suspeitos” (i.e., tortura) foi dada ao mais alto nível, pelo Comité Central do Partido Comunista Bolchevique de Toda a União. Casos de condenações erradas eram considerados permissíveis e justificados pelo provérbio «limpam-se os bosques – esvoaçam as farpas».
Embora a perda de independência devido à ocupação bolchevique após a Revolução Ucraniana de 1917-1921 tenha trazido o regime totalitário criminoso - comunista - que levou milhões de vidas de cidadãos ucranianos como resultado do Holodomor, do Grande Terror, das deportações e das guerras, o espírito dos ucranianos permaneceu indestrutível.
Apesar de uma geração de intelectuais e políticos ucranianos ter sido assassinada na década de 1930, o seu legado sobreviveu. O desejo de independência permaneceu, bem como o desejo de democracia, de uma sociedade mais justa, e de um estado ucraniano que verdadeiramente representasse os ucranianos. Quando se tornou possível, os ucranianos expressaram os seus desejos. Em 1991, votaram esmagadoramente na independência.
Inna Ohnivets
Embaixadora da Ucrânia em Portugal
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