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Democracia procura-se
Passaram mais de três meses desde o início de manifestações em Kiev, na Ucrânia. Desde esta altura a informação a circular sobre o que se passa no país tem sido abundante, mas as dúvidas persistem e parecem ser cada vez maiores. Tudo começou no dia 21 de Novembro de 2013, na praça de Independência de Kiev, onde ergueu-se uma manifestação de estudantes. Estes tinham como objectivo demonstrar o seu desagrado perante o comportamento do seu presidente na altura, Viktor Yanukovich. O mesmo comprometeu-se em assinar o tratado de comércio livre com a União Europeia, em Novembro de 2013 na Lituânia. Um tratado fulcral para uma futura associação do país com os estados membros. Ao invés do garantido, o ex-presidente ucraniano assinou um acordo com a Rússia, do qual desde 2010 fazem parte dois outros países da ex-URSS - a Bielorrússia e o Cazaquistão. Após uma longa preparação para a aproximação ao Ocidente, a população ucraniana sentiu-se traída.
Dias após a manifestação pacífica, o governo respondeu com violência. Esta atitude enfureceu ainda mais os ucranianos, que começaram a chegar à capital de várias cidades do país. O protesto tomou um novo rumo. O problema já não era somente o afastamento da UE, e a não desejada aproximação à Rússia. Estava em jogo toda a corrupção do sistema político ucraniano, a brutalidade da polícia, falta da liberdade de expressão e de participação da população nas decisões políticas. A situação financeira do país encontrava-se numa situação instável, o que exigia medidas proactivas do governo para melhorar a qualidade de vida dos ucranianos.
Ao longo de três meses nenhuma das partes cedeu. Os manifestantes continuavam e ganhavam cada vez mais força. A polícia especial ucraniana, berkut, permanecia inabalável. Ao mesmo tempo, em muitas outras cidades do país, organizavam-se grupos de manifestantes que tomavam o poder das câmaras municipais, pedindo a demissão dos seus representantes. Praticamente todos os presidentes de câmara nos distritos ucranianos, tinham sido nomeados pelo presidente Yanukovich quando este tomou o poder.
Os dias 18 a 22 de Fevereiro foram marcados por inúmeras mortes, tanto do lado do berkut, como do lado dos manifestantes. No centro dos acontecimentos foram avistados atiradores emboscados que disparavam com precisão na cabeça e no pescoço, tanto nos manifestantes como nos polícias. A informação de quem os controlava ainda não foi descoberta. Os líderes da oposição de Yanukovich culpam-no de ser o responsável. Afirmam ter sido uma tentativa de virar os polícias contra os manifestantes, provocando uma guerra civil entre a população. Uma outra acusação da parte da oposição contra o ex-presidente ucraniano, é a de que este contratou dezenas de russos para fazerem parte do berkut ucraniano.
No final contam-se muitas baixas. Registaram-se 98 mortos, entre os quais não só ucranianos, mas também dois bielorrussos, um georgiano, dois arménios, e um russo. As declarações médicas não oficias vão muito para além destes números.
Num dos dias mais sangrentos da manifestação, dia Fevereiro de 22, o país ficou sem saber do paradeiro do seu presidente. Assim, o parlamento ucraniano votou a favor da destituição de Yanukovich das suas funções de presidente da Ucrânia, não o considerando capaz de resolver a crise do momento. Elegendo como presidente interino Oleksandr Turchynov, e como primeiro-ministro Arseny Yatseniuk. Ambos líderes da oposição. Foi também marcada a data para as novas eleições – 25 de Maio de 2014. No mesmo dia, Viktor Yanukovich surgiu na televisão pública. Afirmava encontrar-se no leste da Ucrânia, sem intenções de sair do país, nem de abdicar do seu cargo de presidente. Ao fim de alguns dias, o seu paradeiro tornou-se a Rússia. Tendo Putin afirmado que acolheu o seu colega ucraniano devido a receios do mesmo de ser assassinado.
Com alguns dias de incertezas quanto ao futuro do país, o governo autónomo da Península de Crimeia foi destituído. O poder foi tomado por um partido pró-russo, defensor de que os poderes de presidente pertencem a Yanukovich. Foram organizados vários protestos contra os novos líderes do país, pelos manifestantes ucranianos denominados como pró-russos. Estes indivíduos lamentavam os acontecimentos ocorridos nos últimos tempos na capital, e desejavam que as coisas voltassem a estar como antes, isto é, do início da manifestação de Novembro.
A 28 de Fevereiro, as tropas militares russas começam a chegar à Crimeia. Apesar de ter sido somente no dia 1 de Março que a votação para a entrada das tropas russas em território ucraniano ter sido validada pela maioria no parlamento russo. Nos dias que se seguiram os números de soldados e equipamentos de guerra eram cada vez maiores. Começaram a surgir várias questões vindas de todos os cantos do mundo. Reuniões entre os líderes da ONU foram realizadas, e todos os colegas democráticos de Putin faziam-lhe a mesma pergunta, a do porquê das tropas russas na Crimeia. As respostas foram várias. Primeiramente, o governo russo afirmou estar a proteger o povo russo na Crimeia. Visto que, segundo o estudo estatístico de 2001, os russos faziam parte de 58% da população da península, seguidos de 24% ucranianos e 12 tártaros (povo que se crê originário da Crimeia). Com a acusação de infracção de várias leis internacionais e de tratados com a Ucrânia, o presidente russo afirmou estar a obedecer a um pedido de ajuda de Yanukovich para restabelecer a ordem. Para Putin este era ainda o presidente oficial da Ucrânia. Após a continuação de acusações de intervenção inconstitucional da Rússia na Ucrânia, na conferência de imprensa realizada por Putin no passado dia 4 de Março, este afirmou tratar-se apenas de um exercício militar, que já estava marcado muito antes de se travar qualquer tensão política no território Ucraniano. No mesmo dia, o presidente russo afirmou que as suas tropas iriam sair do território da Ucrânia.
As bases militares ucranianas na Crimeia encontram-se cercadas por militares russos. Estes pedem a sua rendição e entrega das armas. Foram organizadas equipas de voluntários para entregar comida aos soldados ucranianos que se mantêm firmes perante o juramento à Pátria. No dia 5 de Março uma destas equipas de voluntários, incluindo mulheres, foi violentamente agredida por militares russos. Este facto prova que a palavra de Putin ainda não foi cumprida.
Uma das razões de insatisfação do povo ucraniano perante o governo de Yanukovich era a falta da liberdade de expressão. Durante os três meses de manifestação a transmissão de informação foi muito distinta de canal para canal. Sendo que um dos canais que transmitia a maior quantidade de informação sobre a manifestação em Kiev (5 Kanal) foi bloqueado na parte leste do país ucraniano. Nos canais generalistas, os manifestantes foram dados a conhecer como radicais e terroristas. Mais recentemente por neonazis e fascistas. Trata-se de uma guerra de informação. A opinião pública do leste do país sobre os acontecimentos na Praça da Independência é muito distinta da opinião pública do oeste, onde há meios de comunicação em que a informação não se encontra controlada pelo governo. Um facto comprovado é de que existe um partido de extrema-direita ucraniano e que este partido esteve representado nas ruas de Kiev. Outro facto é que os representantes da extrema-direita encontravam-se em número muito reduzido, no meio de “centenas de estudantes, trabalhadores e famílias”, segundo o relato de Gabriel Gatehouse, jornalista da BBC. Por outro lado, os meios de comunicação russos narram a presença de centenas de extremistas, ignorando o número de civis. Ulrich Heyden, escritor e jornalista alemão, afirma que “os media russos falam sobre os ucranianos, mas eles nunca falam com ucranianos”, num depoimento à Deutsche Welle, empresa de radiofusão do mesmo país.
Ruslana, cantora ucraniana que no passado dia 4 de Março recebeu o prémio de Mulher de Coragem das mãos de Michele Obama, fez um pedido na sua página de Facebook. Este tratava de solicitar a todos os jornalistas de exporem factos verídicos e confirmados na imprensa do mundo. Muitos dos títulos das notícias dos meios de comunicação russos não encontram base na realidade dos factos. Na sua opinião, a Rússia está a lançar notícias falsas desde o início da manifestação em Kiev. Agora essa informação circula com muito mais intensidade, pois para a cantora ucraniana, o maior medo de Putin é que as ideias revolucionárias se espalhem, fazendo com que a população russa se levante contra a corrupção do seu próprio país.
Nos últimos dias, várias foram as cidades na Rússia onde houve manifestações antiguerra. A população russa dirigia-se a Putin pedindo para este retirar as tropas da Ucrânia. Estas manifestações terminaram com vários presos e agressões da parte da polícia.
A palavra de ordem sobre os acontecimentos na Ucrânia tem sido o separatismo. A afirmação de que o país está dividido ao meio pelas suas preferências políticas e questões geoistóricas. Na realidade, a população ucraniana diz-se mais unida que nunca. Apesar de existir diferenças entre as duas partes da Ucrânia, há algo que tanto o oeste como o leste deseja – independência.
Iryna Shev
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