Ucrânia. Refugiados querem regressar, mas admitem ter de ficar mais tempo em Portugal e procuram soluções prolongadas

Створено: 02 серпня 2022 Дата публікації Перегляди: 2333

1A maioria das pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia para Portugal tencionam regressar, mas admitem a impossibilidade de voltar para casa tão cedo e procuram soluções mais prolongadas.

A maioria das pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia para Portugal tencionam regressar, mas admitem a impossibilidade de voltar para casa tão cedo e procuram soluções mais prolongadas, relata o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal.

Desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro, Portugal já recebeu mais de 48 mil pessoas que fugiram daquele país. Cinco meses depois, e sem um fim à vista para a invasão russa, a intenção da maioria continua a ser voltar para casa.

As pessoas não acreditam que não vão regressar à Ucrânia”, começou por dizer, em declarações à agência, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal (AUP)
Ainda assim, acrescentou Pavlo Sadokha, “já perceberam que, não tendo de ficar em Portugal para sempre, vão ter de ficar durante mais tempo e começaram a procurar soluções para aguentarem esse tempo”
A maioria das pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia para Portugal tencionam regressar, mas admitem a impossibilidade de voltar para casa tão cedo e procuram soluções mais prolongadas, relata o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal.

Desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro, Portugal já recebeu mais de 48 mil pessoas que fugiram daquele país. Cinco meses depois, e sem um fim à vista para a invasão russa, a intenção da maioria continua a ser voltar para casa.

As pessoas não acreditam que não vão regressar à Ucrânia”, começou por dizer, em declarações à agência, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal (AUP)

Ainda assim, acrescentou Pavlo Sadokha, “já perceberam que, não tendo de ficar em Portugal para sempre, vão ter de ficar durante mais tempo e começaram a procurar soluções para aguentarem esse tempo”.

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E com mais ou menos facilidade, essas soluções têm sido encontradas fruto de um trabalho de cooperação entre o Estado, as autarquias e a sociedade civil, até porque a maioria dos casos que chegam ao país “não são tão graves como se possa imaginar”.

Segundo Pavlo Sadokha, uma grande parte das pessoas que procuraram refugio em Portugal já tinha família a viver no país e “vieram sabendo que aqui encontrariam uma solução”. Outras partiram de um contexto económico favorável, algumas até mantiveram o emprego em regime de trabalho remoto e, por isso, não foi difícil estabelecerem-se no país.

O terceiro grupo é o mais vulnerável: o de ucranianos que chegam a Portugal com poucos recursos e sem conhecer ninguém. São sobretudo esses que procuram apoios, desde logo na habitação, como o programa de apoio às rendas Porta de Entrada que, segundo noticiou hoje o Público, não está a chegar a todos.

No entanto, o presidente da AUP diz que este grupo representa uma minoria dos refugiados ucranianos em Portugal, até porque, “por normal, essas pessoas acabam por ficar em países mais próximos da Ucrânia”.

Num balanço do processo de integração das famílias ucranianas, o presidente da AUP diz que tem corrido bem e mesmo em situações recentes de pessoas que ficaram sem casa — segundas habitações disponibilizadas temporariamente por portugueses que as quiseram livres durante o período do verão — rapidamente foram encontradas alternativas.

Do nosso trabalho de apoio, não houve mais de 50 casos de pessoas que ficaram sem alojamento, mas encontramos sempre soluções”, explicou.

Ainda assim, e porque preferem preparar-se para a eventualidade de não conseguirem regressar a casa tão cedo, Pavlo Sadokha diz que “os ucranianos estão a tentar não depender de ninguém”.

Oferta de emprego não é um problema, mas segundo o presidente da AUP as propostas não correspondem, muitas vezes, ao nível das qualificações dos ucranianos e ficam aquém das suas expectativas. “Mas eles já têm noção que têm de aguentar e também não tencionam construir a sua carreira aqui”, acrescenta.

Na parte da Educação, Pavlo Sadokha diz que não houve quaisquer problemas e, apesar de se manifestar preocupado com a situação das crianças durante o mês de agosto, altura em que muitas escolas e jardins de infância estão encerrados, afirma que há já várias iniciativas de ocupação dos tempos livres.

“No geral, aquilo para o qual as pessoas mais nos procuram, em termos de apoio, é a encontrar cursos de língua portuguesa”, referiu, considerando que a esse nível persistem ainda falhas na informação, que gostaria que fosse mais acessível.

Portugal atribuiu até esta segunda-feira 48.657 proteções temporárias a pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia, 29.394 atribuídas a mulheres e 19.263 a homens, dos quais cerca de 27% são menores, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Os municípios com o maior número de proteções temporárias concedidas continuam a ser Lisboa (10.280), Cascais (2.923), Porto (2.296), Sintra (1.663) e Albufeira (1.234).

Observador

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