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Patriarca de Moscovo rejeita projecto de Igreja ortodoxa independente na Ucrânia
Não é de hoje nem de ontem. É de há mil anos. O grande cisma do Oriente deveu-se apenas a interesses políticos no Oriente, concretamente para os respectivos reis, imperadores e czares mandarem nas suas igrejas domésticas. E para justificarem o cisma, inventaram umas divergências teológicas como a de saber se o Espírito Santo provém apenas do Pai ou também do Filho, a de saber se se pode ter apenas imagens pintadas ou também esculpidas... Enfim! Nem Deus lhes saberá responder!
Com a ajuda da Igreja Ortodoxa Russa, ao longo dos séculos, os czares foram dominando a ferro e fogo as nações da zona onde ela também se implantou graças à repressão exercida quer sobre os católicos, quer sobre as igrejas ortodoxas nacionais. A Igreja Ortodoxa Russa ganhou desta forma a sua importância, num mundo despótico, sem liberdade religiosa.
O czar dirigia directamente a Igreja Ortodoxa Russa. E depois da implantação do comunismo, o regime, apesar da anti-religiosidade marxista, não deixou de utilizar a Igreja Ortodoxa Russa para manter sob a sua bota os crentes da Rússia e das nações subjugadas pela Rússia. Esta tarefa de controlo foi encomendada ao KGB, dos quais, alguns dos seus agentes se confundiam com o clero.
Depois da implosão do comunismo e do Estado imperial soviético, a política grã-russa perdura. E a Igreja Ortodoxa Russa, como seu acessório, continua a mesma política: alimentar entre os crentes ortodoxos das nações a subjugar a dependência espiritual e política em relação a Moscovo.
O descaramento da Igreja Ortodoxa Russa na Ucrânia vai ao ponto de dar aos seu fiéis instruções específicas de voto no candidato pro-Moscovo, contra os candidatos nacionais. Sabendo-se que 11 300 igrejas ucranianas estão subordinadas ao patriarcado de Moscovo e apenas 4000 dependem do patriarcado de Kiev (a nascente Igreja Ortodoxa Ucraniana), pode imaginar-se o peso político desta dependência religiosa em relação a Moscovo.
O novo patriarca ortodoxo russo, Cirílo I, «Patriarca de todas as Rússias» (todos os países vizinhos são rússias, eles não fazem isso por menos...), em recente visita à Ucrânia, rejeitou em Kiev a existência de uma igreja independente de Moscovo na Ucrânia e defendeu a «unidade» entre os ortodoxos russos e ucranianos. Unidade, unidade, quando se trata dos interesses políticos russos...
Porque não querem a unidade com a Igreja Católica? Porque se opõem sistematicamente a visitas do Papa à Rússia e a qualquer país que consideram «seu»? Porque perseguem sistematicamente a Igreja Católica nas suas áreas de influência?
(Para mais elementos sobre as perseguições à Igreja Católica no Leste, consultar a Fundação «Ajuda à Igreja que Sofre»).
J. Mendes
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