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Na Ucrânia, que desde 2014 é vítima da guerra híbrida do seu vizinho russo, decorrem as transformações absolutamente extraordinários, muito provavelmente maiores do que nos 20 anos anteriores da sua história. No entanto, vários meios de comunicação social não “reparam” nessas mudanças. Porque será?
O mapa interativo mostra todas as fábricas e unidades fabris que foram abertas na Ucrânia desde 2015:
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Muito possivelmente, porque deliberadamente tentam quebrar os ucranianos, usando o fator stress/estresse, considera consultor político ucraniano Dmytro Bachevskyj e explica como:
Atingidos pelo estresse constante, as pessoas quebradas estarão prontas para tudo, só para conseguir um pouco de tranquilidade. A sociedade ucraniana de forma gradual e propositadamente é levada ao ponto de aceitar quaisquer eventos na guerra com a Rússia.
A imersão dos ucranianos em um estado de estresse total é realizada por várias maneiras:
1. São constantes perturbações na linha da frente, alternadas com períodos de maior calmaria. Puxando uma pessoa, constantemente criando problemas para depois removê-las, se pode levar alguém à um colapso nervoso. E ainda aniquilar a sua capacidade de se mobilizar e a vontade de resistir.
2. Criação de uma tensão interna na sociedade através de apelos ao “novo Maydan”, a organização de protestos em massa, aos bloqueios que ameaçam o sistema de poder e outras medidas que criam uma sensação de completa desestabilização no país e o colapso das instituições públicas.
3. A propaganda dos meios de comunicação / de mídia da “oposição”, que demonstra a vida ucraniana como uma esfera de corrupção, de aumento dos preços, da destruição da economia e todos os tipos de supostas “traições”, quer dos aliados ocidentais, quer decorridas dentro do país. Quando uma pessoa sente que o país não tem perspectivas – desaparece o seu motivo de agir e de resistir.
4. A política editorial de todos os meios de comunicação ucranianos, que dão um enfoque significativo à crónica criminal. Os ucranianos são bombardeados com notícias sangrentas e de crueldade, assassinatos sem sentido, acidentes e catástrofes. Além disso, a maioria dessas notícias não são socialmente significativas e representam os casos separados, mas, em conjunto, criam uma imagem de total desesperança, insegurança e causam uma sensação de aproximação do desastre.
O que o Estado ucraniano deve fazer nessa situação?
Primeiro, minimizar a influência das notícias negativas da linha da frente na auto-percepção da sociedade. A informação deve ser equilibrada, tanto quanto possível, com notícias positivas sobre sucessos e vitórias ucranianas e baixas e derrotas do inimigo.
Em segundo lugar, o Estado deve estabelecer a comunicação com a sociedade e tornar-se o condutor de iniciativas, não permitindo que a iniciativa esteja do lado de quaisquer grupos que deliberadamente ou não, criam a desestabilização na Ucrânia.
Em terceiro lugar, é necessário aplicar medidas um bocado autoritárias aos meios de comunicação que trabalham para minar o estado psicológico da sociedade, semear o pânico, o sentimento de derrota, a decepção e a descrença. As medidas devem ser tomadas pelas autoridades competentes e agências especializadas. Ucrânia deve introduzir imediatamente o “estado do sítio” no espaço de informação livre e democrática.
Em quarto lugar, os meios de comunicação / as mídia ucranianas que desejam o bem ao país e à nação ucraniana devem, em consciência, diminuir a produção de notícias “criminais” absolutamente desnecessárias. Todos entendem que as notícias negativas sempre causam mais interesse ao público do que as positivas: a natureza de uma pessoa é responder à negatividade e avaliar os riscos para si mesma e no seu ambiente social. Mas seguir cegamente a lógica de audiências levará Ucrânia à uma ruína, péssima para toda a sociedade, para os jornalistas inclusivamente.
A guerra de informação é a mais poderosa e a mais eficaz. Ele permite destruir e subjugar qualquer sociedade que não consegue se defender perante tal influência nefasta. Ucrânia deve, finalmente, cuidar da componente informativa dessa guerra, ou então, nem as novas armas, nem os créditos ocidentais, nem as convicções do poder de que “tudo vai bem” salvarão o país.
Ler o texto original e completo em ucraniano
Quem é avisado, está armado!
Glória à Ucrânia!
ucrania-mozambique.blogspot.com
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