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Os representantes da comunidade ucraniana reuniram-se hoje em frente do Ministério dos Negócios Estrangeiros para manifestar a sua posição perante o facto de Portugal não expulsar os diplomatas russos do seu território nacional.
Os representantes da comunidade uAo Ministro dos Negócios Estrangeiros
Sr. Dr. Augusto Santos Silva
A Comunidade Ucraniana vem, por este meio, a manifestar o seu desagrado pelo facto de Portugal não expulsar os diplomatas russos do território nacional português, e não se mostrou solidário com outros 25 países (na sua maioria seus parceiros na UE e aliados na NATO), que efetuaram essa expulsão.
Compreendemos que Portugal, desde sempre, tende ser um país neutro perante diversas situações conflituosas. Porém, não podemos estranhar essa mesma tática, quando se trata de solidariedade mundial perante os atos de terrorismo, desrespeito pela soberania nacional e violação flagrante dos direitos humanos.
Embora não foram reveladas publicamente as provas que demonstrem o envolvimento da Rússia no envenenamento do ex-coronel do GRU Sergey Skripal, sabemos que a substância venenosa (“Novichok”) é de origem soviética/russa, e o país fabricante recusa divulgar a sua composição. Sem esquecer que os casos semelhantes já se observaram com os envenenamentos do ex-presidente da Ucrânia, V. Yushchenko e ex-operativo do FSB, Alexander Litvinenko.
A Rússia vem desrespeitando todas as regras de resolução dos conflitos de modo civilizado e diplomático. A sua maneira de agir é fundamentada pela agressão, força física e militar, calúnias e difamações. A Rússia, neste momento, é uma ameaça credível ao mundo civilizado, mundo, em que os direitos humanos não são a mera declaração, mas o próprio modo de vida.
O líder russo, presidente Putin, se guia apenas pela sua própria vontade, interesses e concelhos do círculo mais próximo do poder. Essa política resultou em guerras constantes contra os países vizinho, intervenções militares nos outros países, morte dos civis entre os quais, as crianças. Jamais podemos esquecer as duas guerras na Chechénia, agressão contra Geórgia, a guerra não declarada contra Ucrânia. A investigação da queda do avião das Malaysia Airlines MH17, confirmou a intervenção dos ditos “rebeldes pró-russos”, com fortes indícios que a própria arma usada neste crime, sistema de mísseis Buk-M1 foi fornecido pela Rússia.
Dito isso, não podemos ficar indiferentes, e não nos cansamos de apelar, para que Portugal se junte aos outros países europeus e da NATO, no âmbito de uma política uniforme na luta contra a ditadura, terrorismo e chauvinismo. Só em conjunto é que conseguimos derrotar o mal, construímos uma Europa mais segura, mais livre e baseada nos princípios de Humanidade.
Presidente da Associação dos ucranianos em Portugal,
Pavlo Sadokha
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