Manifestação junto à embaixada russa em Lisboa

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O protesto que durou pouco mais de uma hora pretendeu alertar para o que dizem ser o envolvimento de Moscovo nas mortes de ucranianos em Kiev.

Dezenas de pessoas, na maioria ucranianas, concentraram-se hoje em frente à embaixada da Rússia, em Lisboa, "para travar a agressão de Moscovo contra a Ucrânia", disse um dos organizadores à Lusa. 

Os manifestantes empunhavam cartazes onde podia ler-se, em inglês, "Putin, nunca conseguirás ter a Ucrânia" ou "violência, máfia, criminal, corrupção, terrorismo económico", ao lado da imagem da Justiça.

O hino nacional ucraniano foi cantado várias vezes pelos participantes no protesto e, na estrada, desenharam com velas um tridente, símbolo da independência. 

"Temos confirmações dos nossos compatriotas de que entre os polícias que dispararam contra ucranianos nestes últimos dois dias houve agentes dos serviços secretos da Rússia. É evidente que naquele confronto está metido Moscovo, que tem interesse em criar confusão para separar a Ucrânia", disse Pavlo Sadokha, da associação de ucranianos em Portugal e organizador da concentração. 

Na praça Maidan (também conhecida como Praça da Independência) "não estão só pessoas do oeste da Ucrânia [supostamente pró-Ocidental], estão de todo o lado, da Crimeia, do leste, do sul". 

Naquele que tem sido o epicentro dos protestos contra o regime de Viktor Ianukovich, "fala-se mais russo que ucraniano", comentou Sadokha, explicando que muitos ucranianos falam russo devido a campanhas lançadas por Estaline para abolir a língua ucraniana.  

"Ianukovich é agora, para os ucranianos, um criminoso que mandou matar os ucranianos", que começaram a manifestar-se há três meses "porque querem um país com direitos humanos, com solidariedade, com justiça e justiça social". 

Sobre os avanços hoje conseguidos na Ucrânia, nomeadamente com a aprovação da limitação de poderes do Presidente, Pavlo Sadokha disse ser uma mudança "muito positiva", destacando também a demissão do diretor da polícia ucraniana, "que é diretamente responsável pela morte dos ucranianos". 

No entanto, os ucranianos receiam "que isto não tenha acabado", disse, sublinhando que "atrás deste conflito está Moscovo, que não está interessado em deixar a Ucrânia livre". 

"Temos medo que este passo pacífico, de compromisso, que hoje foi feito na Ucrânia possa ser usado como um tempo para recuperar as forças e novamente atacar a Ucrânia", admitiu.  

"Os meus pais, amigos, a minha família, estão lá na Maidan. Estes mortos é como se fossem nossos familiares, nossos compatriotas. Ontem, quando telefonei para a Ucrânia, a minha mãe estava a chorar. É parte do nosso coração", disse. 

Para sábado está convocada uma mobilização, às 12:00, no Cais do Sodré, em Lisboa, "a favor da luta dos ucranianos contra o regime de Ianukovich".

EXPRESSO

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