Isso não foi apenas mais um ataque dos russos contra cidades ucranianas, que diariamente aterrorizam os ucranianos. Conhecemos Putin, conhecemos seus apoiadores, sabemos o prazer que sentem ao matar ucranianos. Isso foi um assassinato ritual num dos eventos cristãos mais famosos.
O ataque aéreo da Rússia com mísseis balísticos no centro da cidade de Sumy, num tão dia importante para os cristãos, Domingo de Ramos, tirou a vida de 32 ucranianos, incluindo dois crianças e feriu 99, incluindo 11 crianças. Assim, Putin quis punir os ucranianos por sua resiliência, por sua fé na vitória contra o mal, por sua confiança na vitória do amor ao próximo e da paz.
Mas Putin não fez isso apenas por odiar os ucranianos. Realizando tais ataques terroristas em massa contra civis, ele quer mostrar ao mundo inteiro o que acontecerá com aqueles que não se submeterem à sua vontade, que não o reconhecem como czar, e muitos o reconhecem. Matar e aterrorizar tornou-se uma religião para os russos.
Em 2018, Putin declarou: "Por que precisamos de um mundo no qual não há Rússia?". Isso foi dito no contexto do uso de armas nucleares caso os países ocidentais tentassem ajudar a Ucrânia. E essa declaração teve sucesso para Putin, pois quando, em fevereiro de 2022, a Rússia iniciou a invasão em grande escala, os países ocidentais temeram fornecer à Ucrânia até mesmo sistemas de defesa aérea.
"Please close the sky!”, com esse slogan, centenas de milhares de ucranianos se manifestaram nos países ocidentais. Eles não pediram ataques contra a Rússia, não pediram armas ofensivas. Eles pediram para proteger a vida dos civis, pediram para forçar a Rússia a um cessar fogo.
Já é a quarta Páscoa, que os ucranianos se encontram com medo de que no caminho para igreja ou durante a missa, uma bomba russa caia sobre eles. Pela quarta Páscoa, os países ocidentais condenam a agressão de Putin e falam de paz com o "rei Herodes", que está disposto a matar bebês ucranianos porque acredita que eles vão tomar seu reino.
Agora, ao rei Herodes, juntou-se também o "Pilatos bíblico" (Donald Trump), que "lava as mãos" das decisões justas.
E nos, ucranianos, sentindo hoje uma dor terrível pelos nossos compatriotas, pela quarta Páscoa, apelamos a todos os cristãos na véspera da Ressurreição de Cristo para acreditar que o bem vencerá o mal, mas não apenas acreditar, mas também começar a praticar essa fé.
Em primeiro lugar, protegendo o céu ucraniano dos ataques aéreos russos. A possibilidade para isso nos países da UE já existe há muito tempo.
Pavlo Sadokha, Presidente da Associação dos ucranianos em Portugal